Trabalho infantil, infância roubada

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Trabalho Infantil, infância roubada

ANS Madrid | O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se comemora hoje, 12 de junho, tem como objetivo, desde 2002, sensibilizar e divulgar este flagelo que afeta mais de 160.000.000 de crianças em todo o mundo. São meninos, meninas e adolescentes que não podem ir à escola, mal têm tempo para comer, não descansam nem mesmo nos finais de semana e não sabem o que significa brincar com outras crianças. Muitos deles começam a trabalhar antes mesmo de saber ler e escrever… Eles deveriam ir para a escola e, ao invés, cumprem atividades de adultos e, em quase metade dos casos (79 milhões deles), encontram-se envolvidos em atividades perigosas para a saúde.

Aos 11 anos, Shindar trabalhava numa olaria no sul da Índia. Ele mora com duas irmãs e o marido de uma delas, que estava em dívida com o dono da fornalha. “Ele dormia num canto em pequena esteira; e só tinha direito a meio dia de folga por semana”. Elda tem 13 anos e vem da Bolívia. Órfã de pai, desde cedo vendia empanadas com a mãe numa avenida da cidade de Santa Cruz. “Acordava muito cedo para ajudar minha mãe e voltava muito tarde para casa”, conta a menina.

Em ambos os casos, os salesianos que intervieram para que essas crianças pudessem parar de trabalhar, ir à escola e interagir com seus pares. “Hoje frequento aulas de recuperação e tenho muitos amigos”, continua Elda.

Meninos e meninas são uma força de trabalho barata, silenciosa e facilmente substituível. O trabalho infantil também significa que essas crianças estão longe de suas famílias e expostas a todos os tipos de abuso. São trabalhadores silenciosos e obedientes porque desconhecem seus direitos ou outras realidades. Mais de 160 milhões de crianças – uma em cada 10 no mundo – sofrem desse flagelo social.

Carregar mercadorias nas estações, trabalhar no campo ou como mascate, em fábricas ou minas, ou como empregada doméstica… São apenas algumas das tarefas que as crianças desempenham em todo o mundo e que as privam de frequentar a escola e viver a infância. Muitas delas trabalham em condições de escravidão ou em atividades prejudiciais à saúde. “Você estuda ou trabalha?” é uma pergunta que você nunca deveria fazer a uma criança!

As causas responsáveis pelo trabalho infantil são muitas: a pobreza, a falta de escolas, a desagregação familiar, os conflitos, as desigualdades e até as tradições de certas realidades… Por isso, os Salesianos, herdeiros de Dom Bosco, visitam os mercados e as fábricas onde milhões de crianças trabalham e até vivem, para conversar com empregadores e familiares, e procurar fazer com que estes compreendam que os menores precisam ter tempo para ir à escola, brincar e descansar. Eles tiram essas crianças do trabalho infantil para que possam reencontrar a infância e realizar atividades próprias dessa fase.

Para combater o trabalho infantil e a exploração, “Misiones Salesianas”, Procuradoria Missionária Salesiana com sede em Madri, lançou a campanha «Infâncias roubadas». “Não queremos que estes flagelos diários e silenciosos continuem e aumentem; queremos que todas as crianças tenham acesso à educação e deixem de ser adultos prematuramente”, comentam os Salesianos de Madri.

Para enfrentar esse flagelo social e reafirmar o direito fundamental à infância, no dia 21 de setembro será apresentado, em Madri, o documentário “Canillitas”, protagonizado por cinco crianças trabalhadoras da República Dominicana, cujo encontro com os Salesianos de Dom Bosco as aproximou da escola e do desejo de realizar seus próprios sonhos, afastando-as gradualmente do trabalho na rua.

“Sabemos que a mudança começa com um lápis, um quadro-negro e um professor. Por isso reiteramos que a educação e o acompanhamento são as chaves do nosso trabalho no mundo”, conclui a Equipe de ‘Misiones Salesianas’.

Todos os anos, no mundo inteiro, os Salesianos e seus Colaboradores, seguindo o exemplo de Dom Bosco, ajudam, por meio da educação, milhares de crianças a serem protagonistas de suas próprias vidas, com grandes oportunidades para o futuro.