Nesta carta gostaria de me focar sobre a esfera da vivência da Quaresma por parte dos fiéis, talvez porque cada um de nós pode dar uma nova cor a este tempo. A renovação característica da Quaresma só é possível através de um acolhimento da imensidão, um encontro com o silêncio, uma vivência de uma experiência forte para reencontrar o gosto do que é importante.
Tempo de Jejum. Jejuar é uma forma de nos tornarmos senhores do nosso corpo, soltar o nosso coração e partilhar com os outros que têm fome. Desta forma renunciamos à violência, inveja e às palavras agressivas, contrariamos o nosso egoísmo e indiferença.
Tempo de Oração. Quando orardes “…não digas muitas palavras…” (Mt 6,15). Que nesta Quaresma a nossa oração seja uma constante oportunidade de entrar em relação com Deus. Rezar bem é acima de tudo, aprender a confiar em Deus. Como dizia Santa Teresa do Menino Jesus, rezar é “um trato de amizade com Deus, estando, muitas vezes a sós, com Quem sabemos que nos ama”.
Tempo de Perdão. E nesta dinâmica, sejamos capazes de pedir perdão a Deus pelas nossas faltas e, desde aí, perdoarmos os nossos irmãos. O sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a sua experiência recorda-nos a nossa fragilidade, a nossa dependência de Deus e dos irmãos.
Tempo de solidariedade. Todas estas atitudes anteriores, devem conduzir-nos à saída de nós e à necessidade de ir ao encontro do outro. É um tempo propicio a mostrar interesse pelo outro. Abrirmo-nos a gestos de solidariedade, justiça e carinho. Ajudar os outros, próximos ou mais distantes, através dos organismos caritativos da Igreja.
É tempo de preparar a Páscoa do Senhor!
Coordenador Provincial da ASSCC
Valter Silva