Olhando para os últimos tempos da humanidade verificamos realidades perturbadoras; temos superado os tempos difíceis da pandemia adaptando-nos à realidade complexa da pós-pandemia, enquanto assistimos à insensatez de uma guerra devastadora, causadora de morte, destruição, com milhares de refugiados. E o mais aterrador: fruto do desejo excessivo de poder, irracionalidade e barbárie. A guerra significa o fracasso da paz, e é sempre uma derrota para a humanidade.
Neste contexto desolador, uma pergunta inquieta o meu coração: que sentido tem, hoje, a Cruz de Cristo? Será que Ele voltaria a morrer pelo nosso mundo? Quantos, ao contemplarem a Cruz, têm a consciência da atualidade do sacrifício de Cristo e da sua importância salvífica para os homens de todos os tempos?
É do coração dos crentes que abraçam a Cruz do Senhor, que brota a mais forte afirmação da atualidade da Cruz. O seu significado profundo está no facto de ela se poder tornar, para cada um de nós, uma experiência decisiva em que se decide o sentido da nossa vida. E este não passa de todo, por esta guerra desenfreada.
A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por cada um de nós.
Olhando para a Cruz de Cristo, confiemos que os caminhos do diálogo, da sabedoria, do bom senso e do respeito pela liberdade dos povos prevaleçam e façam ressurgir a paz.
Foi por causa de Jesus que a cruz passou a significar graça, salvação, perdão e reconciliação com Deus.
Este tempo da Quaresma é o momento oportuno para olharmos mais profundamente para o Mistério da Cruz. Olhar para a Cruz, contemplar esse Mistério é ir, à razão, de tudo o que nos move contra a vontade de Deus.
Queremos estar sempre com o Senhor, a nossa vida só encontra sentido n’Ele. Que nada nos separe de Deus! E, se por acaso, estamos longe, aproximemo-nos da Sua Misericórdia.
Que Deus nos ilumine neste tempo de Quaresma e toque o coração dos homens para que este tempo de conversão dê frutos de salvação eterna.
Maria José Barroso
Coordenadora Provincial ASC