FS | A Páscoa de Jesus, a nossa Páscoa.

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A pedra rolou e tapou o túmulo que José de Arimateia tinha emprestado para sepultar Jesus. Os olhares dos poucos presentes ficaram especados naquela massa de granito, porta de um cofre que guardava aquele Ente querido que os homens desprezaram e a Quem deram a morte ignominiosa da Cruz. Quase toda a Esperança daqueles poucos amigos também ali tinha sido encerrada. Com uma profunda tristeza, arrastaram-se de regresso cada um para as suas casas. Mais cedo do que a noite que vem no fim da tarde, caiu-lhes na alma a noite da dor e, com ela, a desesperança a roçar o desespero, o sem sentido do futuro das suas vidas que apostaram naquele Jesus que já lhes tinha enchido a alma e dado sentido à existência com a Sua presença viva e com as Suas Palavras de amor e compaixão. A noite que se avizinhava ia trazer-lhes um dia de maior sofrimento ainda. O Sábado, naquele silêncio aterrador de Deus que parecia que se tinha esquecido do Seu Filho e dos Seus filhos, acrescentava ânsias, incertezas e medos e enclausurava os amigos do Crucificado nas suas casas de frágil protecção contra os inimigos de Jesus que O levaram à morte.

Que era feito da promessa de Jesus de ressuscitar ao terceiro dia, quando profetizou a Sua morte? Que era feito das bem recentes afirmações de Jesus: “Eu sou a Ressurreição e a Vida…?” O Sábado foi o dia mais longo das suas vidas e acabou por entrar até bem dentro do dia seguinte. Há sempre os que esperam os acontecimentos e há sempre quem os provoca; há sempre quem espera e quem dá vida à sua esperança…

Manhã cedo do dia seguinte ao Sábado, Maria Madalena e uma que outra amiga, resolvem ir ao cofre onde está guardado, embora morto, o seu Tesouro. Desejam que alguém lhes apareça para as ajudar a abrir aquela porta pesada. Vão ungir o seu Defunto querido, vão prestar-Lhe as suas últimas homenagens. O seu amor para com Ele não morreu com a Sua morte, despreza-a mesmo, porque “o amor jamais acabará”. O sepulcro está vazio e as mortalhas da morte abandonadas no chão; os guardas estão desnorteados e não sabem explicar o que aconteceu e Jesus aparece Vivo e responde A Madalena que Lhe pergunta onde está o Seu Jesus. Maria! E ela corre e vem à Cidade anunciar que Ele está vivo. Os apóstolos estavam só à espera, porque a sua Esperança estava a morrer no medo que os paralisava. Sem querer, envergonham o amor daquela mulher… E Jesus vem em ajuda da fé dos seus amigos também a extinguir-se. Entra pelas portas fechadas e mostra-se: Misericordioso e Compreensivo: “Sou Eu não temais”. A Páscoa prometida acontece. A Passagem da morte para a Vida é a realização de uma Promessa cumprida. O amor renasce nos corações aprisionados pela dúvida e, como a luz que se difunde sobre as coisas, a Páscoa de Jesus difundiu-se para ser a Páscoa dos seus amigos. Todos! E de Tomé e dos discípulos de Emaús. E passou com eles quarenta dias de robustecimento da sua fé até subir definitivamente ao Céu.

Páscoa de Jesus, a nossa Páscoa! A morte do sofrimento e da dor que vivemos não tem a última palavra. Essa pertence ao Amor de Misericórdia de Jesus Vivo e Ressuscitado.

DNFS | Joaquim Taveira da Fonseca