Caros amigos e irmãos da grande Família Salesiana
Nem sempre sabemos apreciar as bênçãos que Deus vai pondo no nosso caminho, mas quando nos damos conta, esse apreço traduz-se num hino de louvor e ação de graças.
Tive a dita de participar, com um pequeno grupo da Família Salesiana de Portugal, nas recentes Jornadas de Espiritualidade Salesiana, em Turim. Já há três anos atrás estive em Roma também numas Jornadas de Espiritualidade de que muito gostei e que tanto bem me fizeram. No entanto, estas Jornadas foram diferentes, não porque os temas e testemunhos de vida fossem melhores, pois na Espiritualidade Salesiana há uma riqueza a explorar que nunca se esgota, mas porque foram em Turim, em Valdocco, na Casa das origens da vida salesiana.
Deixei-me penetrar pelo perfume da santidade de D. Bosco e de muitos dos seus alunos e filhos no carisma; deixei-me sonhar ao ver pátios com pedras possivelmente ainda daquele tempo primitivo; meditei nos pequenos lugares como a Capela Pinardi, onde além de se rezar também se estudava e, possivelmente serviria de refeitório; deixei-me meditar na beleza da Basílica de Maria Auxiliadora e tive a visão das levas de missionários enviados para as missões longínquas e, no púlpito, mesmo ali em frente do lugar onde rezei algumas vezes, pareceu-me ouvir D. Bosco nas suas palavras de envio.
Claro que também houve bonitas conferências, entusiasmantes testemunhos, mas quem falou mais alto e com mais eloquência foram os lugares, as pedras, as obras de um tempo de tanto sacrifício, carinho e amor. A Espiritualidade Salesiana estava ali nessa eloquência silenciosa que nos chamava às origens e nos pedia uma fidelidade a um carisma capaz de tornar presente, hoje e sempre, a pessoa de D. Bosco.
E quero partilhar convosco, ademais, um grande desejo que ali me nasceu: fazer o possível por levar àqueles lugares santos salesianos o maior número de vós, não apenas numa viagem de turismo religioso, mas de peregrinação, para bebermos todos, uma vez mais, as riquezas do nosso carisma salesiano.
Naquele ambiente de Valdocco ainda se sente o odor de santidade humilde e laboriosa do nosso Pai, D. Bosco. E, se conhecê-lo é uma obrigação de quem quer imitá-lo, senti-lo vivo e presente é uma graça de sensibilidade concedida a quem o deseja amar.
E foi assim a graça que me foi concedida e que humildemente partilho convosco. Convido-vos a experimentá-la também!
P. Joaquim Taveira da Fonseca
Delegado Nacional para a Família Salesiana