Policromia da Santidade | FS

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De repente, a palavra santidade e a exigência que ela traz apareceu, como um desafio, nos escritos e palavras do Papa Francisco, dos nossos Bispos, dos Superiores religiosos, dos sacerdotes e leigos. Não é de admirar que assim seja; de espantar é que tenha passado tanto tempo meio escondida, quando ser santo sempre foi a vocação de todo o baptizado. O cristão, marcado com o selo do Espírito Santo no seu baptismo, tornando-se membro do Corpo místico de Cristo, fica marcado com a vocação à santidade. Chamando a uma luz mais intensa essa realidade baptismal, torna-se essencial lembrar e estimular cada cristão a enveredar pelo caminho da santidade, com determinação e coragem como se tem feito ultimamente.

“Jesus diz-nos: Sede santos como o vosso Pai celestial é santo! E muitos de nós aceitamos o convite de Jesus, procurando percorrer caminhos de santidade, também na fidelidade ao nosso ser de cristãos. Digo caminhos de santidade porque cada um tem de percorrer o seu. Não há caminhos iguais, ainda que gostemos muito de imitar este ou aquele santo. Ah! Se eu fosse como o santo tal… Não devemos desejar ser esse santo tal. A imitação só pode reduzir-se apenas ao facto de querermos ser santos como ele foi. Só isso é que é imitável. Quanto ao demais, a originalidade de cada um ditará a maneira de ser santo. Deus ama-nos como somos, pois a vida foi-nos dada por Ele na policromia de um Amor único, pessoal e original. Deus é criativo, criando-nos todos diferentes para Se obrigar a um amar pessoal, distinto, original. Deus não é um Amor genérico, indeterminado, mas um Amor único e diferente para com cada um de nós, sem deixar de ser total. Cada um de nós não é amado só pelo facto de Deus ser o Amor. Cada um de nós é amado por Deus como filho único.

Perante esta perspectiva, Deus quer-nos santos à nossa maneira! Perceber isso, ajuda-nos a evitar dois perigos bastante comuns: a tristeza e o desconforto de não sermos santos iguais aos que admiramos e veneramos e a pretensão de querer formatar os outros numa santidade ao estilo dos nossos próprios padrões.

Atentemos, portanto, no nosso original chamamento à vida e, procurando descobrir o amor de Deus, original e particular, enveredemos pelo caminho da santidade pessoal, embelezando a vida da Igreja com a variada e original santidade dos seus filhos.

P. Joaquim Taveira da Fonseca | DNFS