Dizem que o terço nasceu de um certo frade que, não sabendo ler, não poderia acompanhar os seus confrades na reza das horas do Breviário. Então, teve a feliz ideia de rezar o que sabia sem necessidade de ler. Ele sabia a Avé Maria, esta belíssima oração que recorda e repete a saudação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora. E assim, enquanto os demais rezavam e cantavam os salmos, ele rezava repetidamente a saudação angélica. Não sei de ciência certa se isso foi assim. O que sei, com toda a certeza e alegria, é que o terço é uma oração magnífica que além de repetir com insistência o nosso amor a Maria, é um magnífico resumo do Evangelho. Pelo terço, qualquer um fica a saber toda a vida de Jesus e de Maria como os Evangelhos nos relatam. Desde o começo da nossa salvação, com o Sim de Maria, até à Sua Coroação no Céu, o que reza o terço vai descobrindo, mistério a mistério, a vida de Jesus e de Sua Mãe. Pelos vistos, o admirável frade não só rezava, mas meditava também os mistérios da salvação. E é o que todos somos convidados a fazer. As Avé Maria repetidas levam-nos através da vida de Jesus que contemplamos e agradecemos.
Sabemos que a Catequese tem sofrido os seus momentos de crise. Os especialistas desdobram-se para conseguir uma estrutura que satisfaça o seu objectivo de levar, por ela, um conhecimento de Jesus e Sua Mãe, bem como as verdades da nossa fé a todo o povo cristão. Há planos nacionais mais ou menos bem conseguidos, adaptados aos tempos e às mentalidades, planos que necessitam de revisões periódicas na constante e louvável adaptação. A catequese do terço não necessita de outra estrutura que não seja a dos mistérios. Basta apenas que se difunda cada vez mais a sua devoção e se “catequise” em cada um a passagem do Evangelho que se convida a meditar.
Mês de Maio, mês de Maria, mês do Rosário. Na escola da Maria aprendemos a conhecer Jesus, através da humilde reza do terço diário, catequese sublime onde o sábio e o ignorante se encontram na busca do conhecimento de um Deus que os ama como filhos.
P. Joaquim Taveira da Fonseca