Nestes tempos estranhos, o tempo voa, e ainda há pouco celebramos o natal. Seguiram-se outros tempos litúrgicos vividos, este ano, de maneira atípica, mas repletos de significado; uns mais marcantes que outros. Hoje partilho convosco dois tempos que me tocaram de forma diferente, mas muito profunda.
Desde muito jovenzinha, nos tempos da catequese aprendi que o mês de maio era o mês dedicado a Nossa Senhora, a escolhida por Deus para ser Mãe do Seu Filho e que sem hesitar disse SIM. Este é um mês, cheio de significado para a maioria dos cristãos que manifesta de forma intensa o seu amor a Maria. Quando refletimos sobre a sua vida, verificamos que existem alguns factos extraordinários inquestionáveis. Mas esquecemo-nos de um aspeto importante: a santidade de uma pessoa não se mede pela realidade dos acontecimentos fora do habitual, mas pela forma convicta de como vivemos a nossa fé. A santidade é basicamente a estreita união do homem com Deus.
Entretanto, terminámos agora o mês de junho, o mês do Sagrado Coração de Jesus, o Deus Encarnado, possuidor de um coração vibrante de amor e complacência. Deus dotou-nos de um coração, centro e fonte de todos os afetos. Só um coração bem “nutrido” consegue superar tantas dificuldades!
Para nós, Salesianos Cooperadores podemos “afirmar que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é um dos pilares da espiritualidade Salesiana. D. Bosco e Madre Mazzarello tinham um grande amor e confiança ao Coração de Jesus e procuravam incutir nos jovens esta mesma confiança”. Quando alguém tem um bom coração, eis um bom sinal para com quem ele convive, pois dessa pessoa se espera um bom trato, uma afabilidade atraente, uma compreensão para com os problemas complexos. Enfim, uma companhia que não se evita, mas que se deseja.
São João Paulo II sempre cultivou essa devoção e sempre a incentivou a todos os que desejam crescer na amizade com Jesus.
Coincidência das coincidências, o “Sagrado Coração” é uma obra de valor histórico para salesianos de todo o mundo: é a casa onde Dom Bosco se hospedou quando esteve em Roma e o lugar da memória e do amor pelo “Sagrado Coração de Jesus”. Nessa obra se encontra a basílica dedicada ao mesmo Sagrado Coração de Jesus, na qual se pode ver o altar de Maria Auxiliadora, onde Dom Bosco chorou durante a única missa que celebrou ali, relembrando as obras realizadas em sua vida. E foi também nesse lugar tão salesiano que Dom Bosco escreveu a famosa carta de 1884 aos jovens.
Queridos Salesianos Cooperadores, convido-vos a contemplar e a experimentar o amor misericordioso de Deus por cada um e nós. Só Deus misericordioso nos basta!
Maria José Barroso
Coordenadora Provincial ASC