FS | O sopro do Espírito

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“O Senhor Deus formou o homem do barro da terra e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem tornou-se um ser vivente” (Gen. 2,7).

Esta passagem da Escritura vem recordar que aquele ser feito de barro frágil, torna-se a criatura mais excelente que Deus fez, porque lhe insuflou o Seu Espírito divino, fazendo do homem a “imagem e semelhança do mesmo Deus”. Esta marca de Deus e a Sua presença, por ela, no espírito humano destinam-no para a transcendência, para a vida por toda a eternidade, no Coração de Deus, nosso último destino. Que admirável seria que cada um de nós nunca esquecesse esta realidade e desse à sua vida o sentido do divino. Pela fragilidade do barro com que fomos criados, nem sempre assim acontece e na alma de cada um travam-se as grandes batalhas da vida entre Deus que nos diviniza e o Mal, fruto da fragilidade, do nosso ser de criaturas inacabadas, da condição terrena da inclinação para o mal, que dotadas por Deus de um dom que nos faz pessoas, o dom da liberdade, nem sempre o sabemos usar na construção da perfeição a que Deus nos chama. 

A Incarnação de Deus em Jesus de Nazaré veio renovar o Sopro original da criação do homem, reorientar as coordenadas do seu destino salvífico, segundo a pedagogia divina. Jesus apresentou-se como Caminho, Verdade e Vida. Ele é o verdadeiro Caminho para chegar à Verdade que garante a Vida plena em Deus. A redenção, e consequente salvação da humanidade, alicerçam-se neste trinómio apresentado por Jesus. Assim o compreendeu bem  D. Bosco. Seriamente empenhado na salvação dos jovens que Jesus lhe destinou no Sonho dos 9 anos, apresenta-lhes o mesmo Jesus como Verdade para uma atitude cristã honesta, coerente, plena de Vida e de alegria. Pela sua pedagogia, D. Bosco faz com que o Espírito de Deus sopre, de novo, na vida de cada jovem recriando-o como bom cristão e honesto cidadão, convidando-o assim a atingir a plenitude da estatura de Jesus.

Ao contemplarmos, com uma certa tristeza, os caminhos ínvios percorridos por uma grande parte dos jovens, somos, no entanto, convidados a colocar o nosso coração na esperança de que o Sopro do Espírito continuará a animar as suas vidas. A pedagogia de D. Bosco conhece bem o segredo da ajuda, haurido do próprio Jesus. É o amor que os quer ajudar a ser Bons cristãos e Honestos cidadãos!