Caros Salesianos Cooperadores
Como é do vosso conhecimento, a Família Salesiana e a Associação dos SSCC, em particular estão comprometidos a percorrer este caminho sinodal, no qual a Igreja é desafiada a crescer numa atitude de escuta e este compromisso remete-nos para uma questão importante: Porque razão é tão importante dedicarmo-nos à Pastoral Juvenil? Ora, a resposta é sobejamente conhecida: os jovens são os nossos destinatários, o nosso mais privilegiado campo de missão. Então aproveitemos esta ocasião que a Igreja nos oferece para os colocar no centro das nossas atenções com especial interesse nos aspectos vocacional e evangelização.
Em muitos dos nossos centros, parece que a diferença geracional e a falta de contacto com a pastoral da Obra dificultam e, porventura, reavivam a perceção errada de que não podemos nem devemos estar com os jovens, interagindo com eles.
Mas o que significa estar com os jovens? Pensemos que estar com eles pode significar várias realidades: estarmos em sintonia com eles, acompanhá-los, ajudá-los a preparar os seus momentos de oração, momentos de experiências de fé… Seria interessante que cada centro analisasse o que eles necessitam, o que procuram, o que esperam deles os jovens e começar a dar resposta de acordo com essas necessidades, essas buscas e essas experiências. Só entrando no seu mundo se poderão avaliar realmente as suas necessidades.
Tenhamos em mente a virtude da esperança: não percamos tempo a contemplar o passado, olhando demasiadamente para trás. Não podemos pretender ver resultados imediatos. É necessário esperar, olhar para a frente, saber cultivar no coração a certeza de que o que estamos a fazer dará frutos de santidade, frutos de bons cristãos e honestos cidadãos. A Pastoral Salesiana é juvenil, não apenas porque encara os jovens como destinatários, mas também porque os assume como protagonistas. O documento para a preparação do Sínodo dos Bispos pede “um acompanhamento dos jovens a partir da fé, escutando a tradição da Igreja e com o objetivo claro de ampará-los no discernimento da sua vocação.”
Hoje é urgente partir de experiências de fé. Não uma qualquer, mas uma que toque o coração, que se enraíze no mais profundo da pessoa e lhe transforme a vida.
Tenhamos a consciência de que, para muitos jovens, nós, SC, somos o Primeiro Anúncio e “ser o primeiro anûncio” é muito importante, daí que não devemos mostrar-nos de qualquer maneira. Hoje, faltam a muitos jovens referências cristãs e o SC deverá procurar ser um exemplo cristão. Este caminho sinodal deverá ser para cada um de nós um grande desafio. Se é verdade que existem jovens que não se comprometem com Deus, não rezam, não conseguem fazer silêncio, também é verdade que existem outros que estão em perfeita sintonia com Deus. Então, acreditemos que é possível.
Acreditamos que nós, os SC, temos uma missão muito concreta, que D. Bosco anteviu e nos confiou: temos de estar presentes, acompanhando e suscitando esses discernimentos vocacionais de que nos fala o Papa Francisco.
É por isso, necessário, estar presentes e criar espaços comuns, espaços de sintonia com os jovens onde possamos viver com autenticidade a“assistência salesiana”, propor novas formas de escuta, participar e sonhar juntos com eles.
Caros salesianos, este é o tempo de assumir responsabilidades próprias da nossa vocação, trabalhando unidos e como autêntica comunidade na construção de uma missão que valha a pena.
Maria José Barroso
Coordenadora Provincial ASC