Na nossa vida de todos os dias vamo-nos habituando a contar só com o que as nossas mãos tocam, com o que os nossos olhos vêem, com o que podemos fazer na gestão económica dos nossos, por vezes, parcos recursos. Olhar para o Alto já se vai tornando uma atitude em desuso, pensando que, se o fizermos, só veremos as telhas do telhado. Não. Para um crente, para uma pessoa de fé, existe uma outra realidade a que chamamos Providência, que funciona sempre para quem A solicita. Vão morrendo na alma os grandes desejos e a mediocridade dos nossos projectos pessoais e em favor dos outros nasce da falta de um grande querer.
Penso em S. João Bosco! Que tinha ele que lhe assegurasse a realização das grandiosas obras que levou a cabo? Uma grande fé na Providência divina buscada, procurada com grandes sacrifícios, porque Deus não falha a quem quer com firmeza a glória de Deus e o bem do próximo. Os seus filhos não podem perder aquela coragem que lhe advinha do seu grande amor a Deus e à Virgem Auxiliadora. Se a perdem, tornamo-nos meros gestores de patrimónios condenados à falência. Sonhar e projectar grande, com os pés na terra, não é outra coisa senão partir da certeza de que a Providência de Deus só funciona, quando a alma for grande e tiver a coragem de acreditar que os nossos sonhos e projectos não nascem da vaidade, mas da humildade de quem quer servir a Deus no bem do próximo.
P. Joaquim Taveira