Maria, como Mãe da graça e causa de nossa alegria, tem uma relação especial com o Evangelho e a evangelização. Dom Bosco, promovendo a devoção a Maria Auxiliadora, tinha bem clara a sua função eclesial, e não simplesmente individual: Maria é Auxiliadora não apenas porque socorre os cristãos nas suas múltiplas necessidades espirituais e familiares, mas também, e, sobretudo, porque protege e assiste a Igreja diante dos perigos do mundo, sobretudo quando a própria fé é ameaçada.
Dom Bosco une o título de “Auxiliadora” àquele de “Mãe da Igreja”… Assim, se encontra o mistério da Igreja através do rosto de Maria. Olhando para Ela, se vê a Igreja a viver: são os seus olhos que explicam os mistérios. Há, portanto, uma ligação profunda entre a maternidade de Maria e a obra de evangelização. Como a Mãe vive a mais profunda unidade com o Filho, para depois ofertá-lo ao mundo, assim também a obra da Igreja consiste essencialmente em acolher o Evangelho e transmiti-lo, no ser evangelizados e no evangelizar. A Igreja é mãe e se comporta como a Mãe: é ao mesmo tempo acolhedora e altruísta, preservada em si para ser entregue a nós. A alegria do Evangelho é, de fato, íntegra, ilumina o coração e irradia sobre todos os corações.
Dom Bosco foi, de qualquer modo, o primeiro a maravilhar-se da potente intervenção de Maria em sua obra. A propósito da construção da Basílica de Maria Auxiliadora, ele repetia sempre, sem exagerar, que “foi ela quem tudo fez”, e que a cada tijolo, correspondia a uma graça por ela obtida! Vale a pena, na verdade, ler e reler a narrativa do próprio Dom Bosco sobre a origem mariana daquela igreja que a Auxiliadora considera como sua casa e centro da irradiação de sua glória. A ideia que Dom Bosco faz emergir de sua própria experiência é a lógica do Magnificat, isto é, da alegria e da fecundidade da fé: A Basílica de Maria Auxiliadora não foi edificada com recursos humanos, mas apenas pela plena confiança na providência de Deus e na intervenção de Maria. Dizia São João Bosco: Não se conhece quem a ela tenha recorrido em vão.
Pedro Miguel Pinheiro Ricardo
Presidente Nacional ADMA