No passado dia 8 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa abriu o Jubileu da Misericórdia com grande solenidade na Basílica de S. Pedro, em Roma. O ano Jubilar é um grande Dom de Esperança e de Paz num tempo difícil, em que a Paz está comprometida no Mundo e os corações humanos estão carregados de problemas, invejas e ódios.
A caminhada deste ano é, portanto, uma grande dádiva para todos nós, Associados de Maria Auxiliadora. Ela nos exorta a tomar consciência da nossa fraqueza humana, da nossa falta de humildade e de perdão e a confiar no Senhor.
Não esqueçamos que um dos objetivos deste ano de pastoral é rezar o terço em família e levá-lo a todos os lares onde não é rezado.
Foi também no dia 8 de dezembro de 1841 que Dom Bosco iniciou o seu caminho com o jovem Bartolomeu Garelli, recordamos mais abaixo esse encontro.
Que Maria revigore os nossos corações com o seu Amor e nos faça brilhar cada vez mais como seus discípulos, Ela a Virgem Imaculada Auxiliadora, que do alto da sua Basílica em Turim, nos abençoa com a sua bênção materna e nos ajude a experimentar a Misericórdia com graça e confiança.
Desejo a todos os membros ADMA e a todos os membros da Família Salesiana, um Santo Natal e Bom ano de 2016. Com Maria sejamos portadores da Boa Nova de Seu Filho.
Pedro Miguel Pinheiro Ricardo
Presidente Nacional ADMA
“Chamo-me Bartolomeu Garelli”
8 de Dezembro de 1841
D. Bosco prepara-se para a missa na igreja de S. Francisco de Assis. Entra na sacristia um rapazola. O sacristão, julgando tratar-se de algum valdevinos, põe-no na rua à vassourada.
Mas D. Bosco intervém;
— Que modos são esses? Arruma a vassoura!
— Porquê reverendo?
— Porque é um meu amigo.
— Se assim é. — resmungou o sacristão —, e foi chamar o rapaz.
Este volta comprometido. Tem o cabelo rapado e o casaco sujo de cal. Um rapaz da província. Ao sair de casa, os pais tinham-lhe recomendado que em Turim não deixasse de ir à Missa. Mas ele sentia-se envergonhado em ir para o meio das pessoas bem vestidas. D. Bosco dirige-lhe umas palavras amáveis e pede-lhe que espere um pouco depois da Missa, porque tem uma coisa muito importante a dizer-lhe. Terminada a Missa, leva-o a um canto da igreja e, de sorriso nos lábios, pergunta-lhe:
— Meu bom amigo, como te chamas?
— Bartolomeu Garelli, de Asti.
— Ainda tens pai?
— Não, já morreu.
— E mãe?
— Já morreu também.
— Quantos anos tens?
— Dezasseis.
— Sabes ler e escrever?
— Nem uma coisa nem outra.
— Sabes cantar?
— Não.
— E assobiar?
— Isso sei — e sorriu —. D. Bosco continua:
— Já fizeste a primeira comunhão?
— Ainda não.
— E já te confessaste alguma vez?
— Sim, quando era pequeno.
— E vais à doutrina?
— Não me atrevo. Os rapazes mais pequenos fazem troça de mim…
— E se fosse eu a explicar-te a doutrina, vinhas?
— Com todo o gosto.
— Pode ser aqui mesmo?
— Sim, contanto que não me batam!
— Fica descansado, agora és meu amigo, e ninguém te fará mal. Quando vamos começar?
— Quando o senhor quiser.
— Agora mesmo?
— É só o senhor querer.
D. Bosco ajoelha e reza uma Avé-Maria. Naquele momento nasce o Oratório, começa o grande apostolado de D. Bosco entre os jovens.
Quatro dias depois é domingo. Bartolomeu volta acompanhado de mais oito rapazes. Vêm “para falar com D. Bosco”. No domingo seguinte, D. Bosco vê quatro pequenos serventes de pedreiro a dormir encostados uns aos outros durante a homilia, muito difícil para eles. Acorda-os e convida-os a acompanhá-lo à sacristia.
Aqui aparece também Bartolomeu e os seus amigos. O número aumenta.
D. Bosco ajuda-os o rezar, celebra a missa e faz uma pequena prática ao alcance deles, viva, dialogada, salpicada de histórias e de factos interessantes.
Mais outro domingo e é já uma enchente de rapazes, pobremente vestidos mas de olhos vivos. Procuram D. Bosco, a sua palavra e o seu afecto. O exército de rapazes continua a engrossar.