Deus deu-nos uma terra com planície, outeiros e colinas, envoltos num céu azul. Na mudança de cores aparecia-nos o verde e o amarelo pintado na maior parte das vezes nas flores que, fora dos jardins, salpicavam muros e serras e montanhas. Foi assim que nascemos. Era o grande colorido de alegria que nos preparava a Páscoa com o “compasso” a passar de casa em casa onde um Cristo morto na cruz era enfeitado com flores garridas.
Este cenário acompanhava-nos no nosso caminho quaresmal onde as boas obras, a via sacra, a oração, o jejum e a confissão alegravam a nossa alma, coloriam-nos com o divino. O Senhor morria na cruz assistido pela Senhora das Dores, que lentamente descobríamos ser nossa Mãe.
O sol entrava mais quente pelas frinchas da janela e a festa que os passarinhos ensaiavam despertava-nos de manhã cedo. Quando os sinos tocavam era mesmo para levantar. “Era Deus a chamar”, dizia minha mãe. Era a festa de Deus a abençoar as casas, os campos e as searas, os barrancos e os vales, com um grande rio que tinha recebido toda a água do inverno.
Já vivemos retiros quaresmais em Manique e no Estoril. Foram a festa da graça de Deus no grande número que participou, 212 pessoas. Parabéns aos grupos da Família Salesiana que os organizaram e um agradecimento às comunidades salesianas na pessoa dos seus Diretores de Manique e do Estoril que os receberam.
Uma Santa Quaresma para vós e vossas famílias.
Pe. Jerónimo da Rocha Monteiro.